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Jesus

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

* UMA VIDA SEM MASCARAS




              Uma vida sem máscaras


    E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia (2Co 3.13).

O Carnaval é a maior festa popular do Brasil e, talvez, do mundo. Nessa festa da extravagância e dos excessos, muitas pessoas saem às ruas usando máscaras. Algumas se escondem atrás das máscaras; outras se revelam por meio delas. 
Uma máscara esconde ou encobre a nossa verdadeira identidade. É importante ressaltar que existem máscaras tangíveis e intangíveis: algumas cobrem o rosto, outras tentam disfarçar as atitudes da alma.
De certo modo, todos nós usamos máscaras. Aquele que diz que nunca usou uma máscara, possivelmente acaba de afivelar uma no rosto, ou seja, a máscara da mentira. O problema é que as máscaras ou proclamam uma mentira ou escondem uma verdade.
Quando usamos máscaras, as pessoas passam a amar não quem somos, mas quem aparentamos. As máscaras também não são seguras. Por melhor que as afivelemos, elas podem cair nas horas mais impróprias e nos deixar em situação de total constrangimento.
Certo homem acabara de se formar em direito. Abriu seu escritório e o decorou com os móveis mais requintados. Todos os dias, segurando uma bela pasta de couro, ele se dirigia ao escritório trajando um engomado terno de linho.
Um dia, a campainha do escritório tocou, e, antes de atender, o recém-formado advogado pegou o telefone e entabulou uma animada conversa com seu pretenso cliente, falando de cifras colossais. Quando colocou o telefone no 
gancho para receber o que estava à porta, este lhe disse: “Sou funcionário da telefônica e estou aqui para ligar seu telefone, pois ele ainda não está funcionando”. A máscara caiu, e o jovem doutor sentiu-se totalmente embaraçado.
Queremos mencionar aqui algumas máscaras usadas ainda hoje.


 1.  A máscara da piedade


O apóstolo Paulo, ensinando sobre a doutrina da nova aliança, diz que podemos ser ousados e não agir como Moisés, que pôs um véu sobre a face para que as pessoas não atentassem para a glória desvanecente em seu rosto. Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei, ao regressar, seu rosto brilhava. As pessoas não podiam olhar para ele. Então, ele colocou um véu em sua face para que as pessoas pudessem se aproximar e falar com ele.
Mas houve um momento em que Moisés percebeu que a glória estava acabando. Ele não precisava mais do véu, porém continuou com o véu, porque não queria que soubessem que sua glória era desvanecente.
Muitas vezes, somos parecidos com Moisés. Tentamos impressionar as pessoas com uma espiritualidade que não temos. Aparentamos ser mais crentes e mais piedosos do que na verdade somos. Para ostentar essa pretensa espiritualidade, afivelamos no rosto uma bela máscara de piedade. Usamos um linguajar cheio de chavões espirituais. Nossos lábios despejam uma torrente de palavras bonitas, quando nosso coração está longe de Deus. Em público fazemos orações cheias de emoção, mas em secreto nosso coração está vazio e seco.


2. A máscara da autoconfiança


O apóstolo Pedro era um homem impulsivo. Falava e depois pensava. Quando Jesus declarou que eles se escandalizariam com ele e iriam se dispersar, Pedro não titubeou e foi logo dizendo que, ainda que todos o abandonassem, ele jamais o faria e que estava pronto para ser preso com Jesus ou até mesmo com ele morrer.
Pedro julgou-se forte e até melhor do que seus pares. Porém, naquela mesma noite, ele fraquejou e dormiu quando Jesus pediu para ele vigiar. Pedro abandonou Jesus e seus condiscípulos e infiltrou-se na roda dos escarnecedores. Pedro negou, jurou e praguejou dizendo que não conhecia Jesus. A máscara de sua autoconfiança caiu quando Jesus o olhou, e, então, ele caiu em si e desatou 
a chorar.
Complexo de superioridade sempre esconde complexo de inferioridade. Quem faz propaganda das próprias virtudes é uma pessoa que precisa se autoafirmar. Quem bate palmas para si mesmo e toca trombetas para anunciar os próprios feitos esconde-se atrás da máscara da autoconfiança e revela-se uma pessoa insegura e hipócrita.


3. A máscara do legalismo

Um legalista é inflexível com as outras pessoas, mas condescendente consigo mesmo. Ele enxerga um cisco no olho dos outros, mas não vê uma trave no seu.
O legalismo é um caldo mortífero. Preocupa-se mais com a forma do que com a essência. Cuida mais da aparência do que do interior. Os fariseus eram legalistas. Eles eram fiscais da vida alheia, mas descuidados com sua intimidade com Deus. Eram bonitos por fora, mas feios por dentro. Jesus os comparou a sepulcros caiados: limpos por fora, mas cheios de rapina por dentro. Os fariseus eram hipócritas. Eles eram atores que representavam no palco um papel diferente daquele desempenhado na vida real.
Muitos de nós ainda usamos essa máscara do legalismo. Somos duros com os outros e tolerantes conosco. Somos críticos dos outros e complacentes conosco. Acusamos os outros e justificamo-nos. Somos impacientes com os erros dos outros e os atacamos como os escorpiões do deserto, mas bajulamos a nós mesmos e acariciamos os nossos peca- dos. É tempo de nos despojarmos dessas máscaras. Precisamos entender que a vida cristã exige uma contínua remoção das máscaras.


CONCLUSÃO:

A Bíblia diz que onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade; não liberdade para fazer o que queremos, mas liberdade para vivermos na luz. Pela obra de Cristo e pela ação do Espírito, podemos viver sem máscaras, sendo transformados de glória em glória, até atingirmos a estatura de Cristo, o varão perfeito.

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