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Jesus

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

* A BENÇÃO DA PRIMOGENITURA




          A BENÇÃO DA PRIMOGENITURA


“Ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.” (Heb.12.16-17)


INTRODUÇÃO: 

 A primogenitura era motivo de honra, 

*  dando direito a porção dobrada da herança e

* autoridade sobre a casa quando o pai morresse. 

* No caso específico daquela família, o primeiro filho herdaria ainda as bênçãos que Deus prometera a Abraão, inclusive a honra de trazer o Messias ao mundo por meio da sua descendência. 


* Esaú não tinha consciência da amplitude da glória que lhe estava reservada. Nós também não conseguimos visualizar toda a extensão dos propósitos de Deus, e isto pode se tornar um problema.

                                        TEMPO DE RISCO

Na época em que aconteceu o episódio narrado em Gênesis 25.29-34, Esaú não possuía a bênção da primogenitura.   Ele tinha apenas a expectativa da bênção.

 Quando Isaque estivesse próximo da morte, o primogênito seria chamado para que bênção fosse pronunciada pelo pai. 

Depois, deveria ainda aguardar o falecimento de Isaque para que começassem os efeitos práticos da primogenitura. Havia ainda aspectos espirituais da bênção que não tinham data marcada para acontecer. 

Era preciso esperar, esperar, esperar...

A expectativa da bênção marca um tempo propício às tentações. Não existe posse concreta de coisa alguma. É semelhante à situação de quem comprou um imóvel na planta. É um tempo de fé, mas pode haver também dúvidas e desvalorização do que se espera.

Vivemos na expectativa de muitas bênçãos, sejam nesta vida ou no porvir. Precisamos ser cautelosos para não abrirmos mão dos nossos direitos e da nossa herança espiritual.

                               
                         A NECESSIDADE

Durante o longo tempo de espera, existem momentos de fragilidade, quando a vigilância precisa ser redobrada. 

É nessa hora que o tentador age. Esaú chegou do campo exausto e faminto. É provável que, naquele dia, sua caçada não tenha sido bem sucedida. 

Entrando em casa, encontrou pronto e fumegante o prato de lentilhas. A tentação foi forte. A visão e o olfato provocavam o paladar.

Podemos fazer uma analogia daquele episódio com os nossos momentos de crise, fraqueza, fracasso, decepção ou necessidade física, financeira, emocional, etc. 

O mundo nos apresenta pratos prontos, mas o que parece oportunidade pode ser uma cilada. Nossas carências imediatas encontram soluções instantâneas, porém malignas. Foi o que aconteceu quando Jesus sentiu fome, após 40 dias de jejum (Mt.4).

                              A PROPOSTA

Vencido pela fome, Esaú pediu que o irmão lhe desse um pouco daquele guisado saboroso. Porém, não seria de graça. Jacó lhe propôs então, que o prato fosse trocado pelo direito da primogenitura.

Quantas propostas temos recebido em nossas vidas? Algumas delas são tentações perniciosas.



“Vende-me”, disse Jacó (Gn.25.31). Uma transação comercial estava prestes a acontecer, seguida de uma refeição. 


Nossas bênçãos, mesmo as futuras, nossos direitos espirituais, nossa posição de filhos e o compromisso com Deus são inegociáveis. 

Comer lentilhas não é pecado, mas, naquele caso, tornou-se, em função da renúncia ao direito de primogenitura. 

O mundo nos propõe satisfações naturais para os nossos desejos e necessidades. Porém, não é o tempo certo. O modo está errado, e o preço é injusto.

Muitos abrem mão dos valores cristãos em troca de um emprego, uma promoção, um namoro, um casamento, ou apenas por alguns momentos de prazer.

                                                     VALORES


No caso de Esaú e Jacó, os valores eram absolutamente discrepantes.

Quais são os nossos valores? O que é mais importante para nós?

As coisas materiais, visíveis, terrenas, presentes, imediatas e temporárias são, geralmente, mais valorizadas do que as espirituais, invisíveis, celestiais, futuras e eternas. 

Trata-se de uma grave distorção que o inimigo sabe aproveitar muito bem.

Todo semeador renuncia à sua semente no presente para ter uma grande colheita no futuro. É uma questão de visão estratégica. 

Quem só enxerga o aqui e o agora come todas as sementes, anulando as possibilidades de multiplicação. Esaú desvalorizou sua bênção futura, vendendo-a por um prato de lentilhas (Gn.25.33-34).


                                NEGÓCIO FECHADO

Esaú não poderia ter o prato de lentilhas e a primogenitura ao mesmo tempo. 


Não é possível ter tudo, fazer tudo, aproveitar-se de tudo ao mesmo tempo. Como disse Jesus: “ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt.6.24). É preciso escolher.

Diante da proposta de Jacó, Esaú tomou sua decisão, fez sua escolha, manifestando seu caráter e sua vontade. Deus não interferiu, nem antes nem depois. No pleno exercício do livre-arbítrio, os homens determinam seu destino. Depois, reclamam de Deus e da sorte.

Decisões rápidas e aparentemente simples podem mudar o rumo da história pessoal e familiar. Foi o que aconteceu.

A força foi vencida pela astúcia. Esaú, que era um vencedor no campo (vida profissional), foi derrotado em casa (vida familiar). Ele, que vencia os animais, foi derrotado por uma refeição de origem vegetal.

              PAGAMENTOS E CONSEQUÊNCIAS

Tendo concordado em ceder sua primogenitura, Esaú recebeu o prato de lentilhas. 


A refeição foi imediata, mas o pagamento não aconteceria naquele instante. (É o tipo de ilusão que envolve as modernas operações com cartão de crédito. Não sendo imediato o desembolso, tem-se a ilusão de que não há pagamento, o que pode tornar-se motivação para o gasto excessivo).

Muitos pecados também não são cobrados imediatamente (Ec.8.11). Por isso, tem-se a sensação de impunidade, o que leva à reincidência, mas está avisado: “Tudo que o homem semear, isto também ceifará” (Gal.6.7).

Acabada a refeição, Esaú levantou-se e saiu, seguindo o seu caminho (Gn.25.34). Tudo parecia normal. 

As conseqüências do pecado podem demorar, mas serão inevitáveis, implacáveis, fortes, dolorosas, duradouras e, talvez, eternas. No caso de Esaú não houve remédio, nem arrependimento, nem perdão.

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                        O DIA DA BÊNÇÃO

Esaú, mesmo depois de fazer o acordo verbal com Jacó, ainda pretendia receber a bênção paterna, mesmo porque Isaque não sabia do negócio realizado entre os irmãos.

 Sendo o filho predileto do pai, Esaú estava convicto de que a venda da primogenitura não seria levada em conta por Isaque.

O que ele não contava com a astúcia do irmão, que foi ajudado pela mãe, com a permissão de Deus.

Esaú sempre agradou ao seu pai, mas desagradava ao Senhor. Não podemos viver confiados nas recompensas humanas supostamente garantidas por meio de agrados pessoais.

Jacó chegou primeiro e recebeu a bênção da primogenitura. Quando Esaú veio do campo, e descobriu que Jacó tinha sido abençoado em seu lugar, desesperou-se. 

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Era tarde demais para voltar atrás. A bênção perdida não podia ser recuperada. 


Não podemos nos iludir com a idéia de que sempre haverá uma nova chance. No caso de Esaú, não houve. 

 É o que se conclui do que foi dito aos Hebreus do Novo Testamento:

“Ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.” (Heb.12.16-17).

O que é perdido nem sempre será recuperado. O que é vendido, ou voluntariamente renunciado, dificilmente será retomado. Em alguns casos, será impossível, ainda que se peça restituição.


CONCLUSÃO:

Não podemos trocar nossos valores espirituais pelas coisas do mundo, imaginando que um dia possamos recuperá-los. Esaú não conseguiu.

Creio que o grande problema daquele filho foi não ter procurado o pai para colocá-lo a par da situação e consertar tudo em tempo hábil.

 Deixou o mal em segredo até o dia do pronunciamento da bênção. Era tarde demais para ele. Seja qual for a sua situação, fale hoje mesmo com o Pai celestial. Não deixe para o dia do juízo, pois será muito tarde.

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar. Invocai-o enquanto está perto” (Is.55.6).


8 comentários:

Unknown disse...

Ótima explicação bíblica.

Unknown disse...

Deus o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo seja sempre nas vossas vidas ;me sinto mais abençoado com este estudo que o Espírito Santo nós trouxe por meio de vocês, glória a Deus!

Unknown disse...

Muito bom ! gostei da explanação!

Unknown disse...

Glórias a Deus que Jesus continue usando mais e mais para glória dele.

Unknown disse...

Amei esse comentário me ajudou muito

Unknown disse...

Realmente foi algo impactante pois eu não entendia essa história, e as vezes ficava pensando se Jacó não teria sido injusto com Esaú... Porém, agora entendo.

Unknown disse...

Gostei muito! Deus seja louvado!

Anônimo disse...

Muito bom o ensino da palavra de Deus